Insanity Records | Banda Volúpia lança álbum “Déjà Vu”

Nos anos 1980, o Hard Rock e o Heavy Metal se espalharam por todos os cantos do mundo e não foi diferente no sul do Brasil. Por aqui, diversas bandas surgiram, duraram por determinado tempo e, por intermináveis motivos, acabaram encerrando suas atividades. Mas, as vezes, as estrelas se alinham mais uma vez e aqueles velhos amigos se reúnem novamente, e a química é a mesma de décadas atrás.

A banda Volúpia teve sua primeira fase de 1984 até 1990, com apenas um registro oficial, a gravação da música “Princípio De Uma Nova Era” na coletânea em LP IV Festival da Música Viamonense.

Em 2016, após uma série de entrevistas para o livro  “Tá no Sangue: a História do Rock Pesado Gaúcho”, o quarteto Marco Canto (voz), Luciano Reis (guitarra), Ricardo Lampert (baixo) e César “Five” Louis (bateria) se reúnem e começam a vislumbrar a possibilidade de trazer a Volúpia para o século XXI.

Agora a banda tem a satisfação de apresentar ao mundo seu primeiro álbum oficial, intitulado “Déjà Vu”. Composto por onze faixas, o álbum foi gravada no Estúdio Casa dos Gatos, em São Leopoldo (RS), exceto a bateria que foi gravada no Green Home Studio em Porto Alegre. Lucas Santorum (LST Records) é o responsável pela mixagem e masterização.

Após o primeiro show de lançamento, a banda disponibilizou um tempo para responder a entrevista que pode ser conferida abaixo:

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Insanity Records: Em primeiro lugar quero saber qual o sentimento em finalmente lançar um álbum completo da banda?

César Louis: O sentimento de fazer esse álbum foi o mesmo de quando você conta uma bela história, cheio de lembranças boas e algumas ruins, afinal a banda tem muito tempo e as músicas também. E, as vezes, contar uma história é difícil. Nesse caso, enfrentamos atrasos nas gravações, pandemia e outros pormenores que acabaram por tornar todo o processo longo mas gratificante. Mas o resultado final ficou ótimo. Enfim, o sentimento foi de dever cumprido. Pois quando decidimos nos reunir em 2016, o lançamento do álbum era um dos nossos objetivos. E esse objetivo foi cumprido!

Insanity Records: A belíssima arte da capa foi criado por qual artista? Pode me falar sobre o conceito da arte com a história da banda?

Marco Canto: A capa foi criada pelo Rômulo Dias, que já fez a arte de várias bandas. A sensibilidade do Rômulo foi ótima. Pois mostrou com maestria a ideia da reunião, de que o tempo passa, mas o sentimento é o mesmo. E que as letras do álbum se interligam, falando de amor, envelhecimento, da juventude, da rebeldia, enfim que o que acreditávamos na época, ainda faz sentido.

A capa também ilustra o nome do álbum: “Déjà Vu”, ou seja, aquele sentimento de já ter vivido um instante, uma situação, um momento igual anteriormente. E esses sentimentos são exatamente as músicas que vivenciam histórias de uma época, de um momento passado vivido por cada um de nós. Por isso, a capa é exatamente isso, cada um de nós tendo esse “Déjà Vu” quando se olha no espelho.

Insanity Records: Como foi o processo de gravação e produção do álbum?

César Louis: Começamos a gravar o álbum em 2019 no Estúdio Casa dos Gatos, do Luciano Reis. As baterias foram gravadas no Green Room Studio, do Neb Felipe, em Porto Alegre. O guitarrista Marlon Steindorff da Epitaph ajudou na supervisão de gravações da bateria. Eu usei a minha bateria pessoal e, após estar aquecido, gravava qautro a cinco takes de cada música, para escolher o melhor. Gravei de três em três músicas. Somente a música “Rebelião” foi gravada no Estúdio Casa dos Gatos, em São Leopoldo.

Eu me orgulho muito de usar takes completos na maioria das músicas.

A mixagem e masterização do álbum ficou por conta do Lucas Santorum, da LST Records, que fez um excelente trabalho e conseguiu dar uma sonoridade que nos satisfez bastante.

Insanity Records: Das onze faixas que compõem o álbum, quais fazem parte da primeira fase da banda e quais foram compostas a partir do retorno?

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Ricardo Lampert: O álbum é composto por 11 faixas, sendo 9 pertencentes a primeira fase da banda (1984 – 1990) e duas inéditas. A faixa de introdução, que possui o nome do álbum “Déjà Vu”, foi composta especialmente para o álbum pelo tecladista Gabriel Cardoso. Além dessa, a última faixa do disco, “Adrenalina”, foi criada a partir de uma letra escrita pelo meu filho Adriano que fala justamente sobre a adrenalina que existe por nos reunir novamente e tocar com a mesma paixão e energia, depois de tantos anos.

Insanity Records: Além de “Brilho de Luz”, mais alguma faixa pode ganhar um novo videoclipe?

César Luis: A nossa ideia é de fazer um novo videoclipe. Temos algumas favoritas mas vamos esperar e ver como rola a recepção individual de cada música para escolher a próxima a ser filmada.

Insanity Records: Já temos data para lançamento em mídia física e shows de lançamentos?

Marco Canto: Já temos o álbum em mídia física. Ele está a venda pelos canais da banda e basta entrar em contato com a gente para combinarmos a entrega. Quanto ao shows, ainda estamos verificando algumas possibilidades e esperamos anunciar em breve.

[O CD pode ser comprado via Mercado Livre clicando aqui.]

Insanity Records: A partir deste lançamento, a Volúpia hoje pensa num futuro a longo prazo? Com novas composições e uma futura discografia? Ou a banda acredita que este primeira álbum funciona como um resgata da história da banda e fecha um ciclo?

César Louis: É uma ótima pergunta. O tempo corre rápido e não somos mais jovens, então se quisermos gravar material novo (e acredito que todos na banda querem) tem de ser o mais rápido possível. Eu sou materialista e o que importa é o registro físico, embora hoje em dia tudo gira em torno das redes e plataformas da Internet. É claro que, por mim, sai um novo álbum, até para mostrar nossa evolução como compositores.

Insanity Records: Ainda tem alguma faixa da primeira fase da banda que ficou de fora deste lançamento e possa ser lançado no futuro?

Ricardo Lampert: Sim, muitas faixas da primeira fase da banda ficaram de fora do álbum. Procuramos reunir nesse álbum as músicas que permanecem atuais para a banda. Talvez a gente regrave uma ou duas faixas desse período mas ainda não decidimos sobre isso. A nossa ideia, a princípio, é de gravar novas faixas daqui pra frente.

Insanity Records: Para ti Ricardo, como foi revisitar toda essa história e poder fazer justiça às músicas que estavam adormecidas há décadas?

Ricardo Lampert: Pra mim foi algo inusitado porque praticamente parei de tocar em 1988, quando deixei a banda. Voltei a tocar em 2016 trocando de instrumento, pois antes era o guitarrista e agora resolvi assumir as quatro cordas. Mas, o mais incrível foi poder tocar novamente as músicas que executamos na década de 1980. As nossas músicas estavam guardadas em uma espécie de “baú musical”. Resgatamos elas e as eternizamos através desse álbum.

Insanity Records: Gostaria para pedir para cada membro da banda escolher a sua faixa favorita do álbum e falar um pouco a respeito dela.

César Louis: É complicado escolher a favorita, mas pessoalmente gosto de “Lembranças”, acho uma música forte com uma letra que ficou atemporal e que se tivesse sido lançada na época onde as pessoas escutavam música nas rádios, talvez levasse a banda mais longe, quem sabe?!

Marco Canto: Eu gosto muito de “Louca Juventude” porque ela é bem “Déjà Vu” e tem muitos dos elementos que admiro em uma boa canção de Rock. Tem uma letra com temática juvenil inerente a todos nós em determinado momento. Que é a história de um sujeito que está ansioso por chegar o anoitecer e encontrar sua galera, até que alguém te chama e você olha, e a tal pessoa diz que quer ficar com você e curtir aquela aventura para ver de perto o que está acontecendo no momento. Grande “groove” durante o solo e solos belíssimos, refrão forte, perfeita pra mim.

Ricardo Lampert: A minha favorita é a “Brilho de Luz”, uma música que fiz em parceria com o Marco Canto. Eu me lembro de ter feito o refrão dela e mostrado ao Canto que, dias depois, fez a letra e a melodia de voz. A música ficou incrível e sempre foi a minha favorita. Ela tem a cara da banda Volúpia. Além disso, é uma das favoritas de alguns de nossos fãs. E que, não foi por acaso, escolhemos para ser o nosso videoclipe.

Insanity Records | Banda Volúpia lança álbum “Déjà Vu”

Insanity Records: Deixam um recado para os fãs que acompanham o trabalho da banda e esperavam tanto por esse álbum:

César Louis: A banda só tem a agradecer a pessoas como você Mateus, que sempre apoiou a banda, a outros sites, amigos e aos que gostam da banda e estão comprando o nosso álbum. Eu fico feliz e recompensado ao ver essas músicas chegarem a um público novo após todo esse tempo, demonstrando que é um material forte.

Marco Canto: Agradeço por terem esperado o álbum acontecer e que escutem muito, pois ele foi feito com muito vigor e na batida do rock e com muita vontade.

Ricardo Lampert: Curtam esse álbum porque foi feito por caras que amam o que fazem e que querem entregar um rock de qualidade para as pessoas. O nosso muito obrigado a todos que curtem a banda e nos vemos nos shows.

Também queremos fazer uma menção ao guitarrista Luciano Reis, que passou a integrar a banda a partir da reunião de 2016. Por falta de tempo, infelizmente ele não pode participar dessa entrevista mas ele teve um papel importantíssimo nessa nova fase da banda. Além de ter assumido as guitarras, ele foi fundamental no processo de gravação do álbum. Todas as cordas e vocais foram gravados no estúdio Casa dos Gatos, de propriedade dele, em São Leopoldo. O Luciano é um músico experiente que se encaixou muito bem no estilo da banda, sendo uma escolha certa nossa para assumir esse posto.

Foto:
Diogo Nunes

Contatos:
Volúpia Oficial

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