Stryper celebra quarenta anos de carreira com excelente show em Porto Alegre

Na noite de quarta-feira (30/07), Porto Alegre recebeu três das maiores bandas do chamado “Rock Cristão”. Os grupos Bride, Narnia e a lendária Stryper subiram ao palco do Teatro AMRIGS para um festival de celebração a música pesada e louvor a Deus. O evento foi uma realização da En Hakkore Records e Venus Concerts.
Por ser uma noite de quarta-feira, infelizmente não chegamos a tempo para assistir o show da Bride, que começou às 19h15. Conseguimos chegar somente após o começo da segunda apresentação da noite, a banda Narnia. Com formação muito competente e contando com o carismático vocalista Christian Liljegren, o grupo sueco esbanjou talento e levantou o público no clássico “Long Live The King”, que ganhou refrão em português. O cantor agradece os fãs e fala sobre o momento em que se tornou cristão. Destaca como a música do Stryper o ajudou a encontrar seu caminho. A banda finaliza seu show e se despede sob uma chuva de aplausos.
Após uma ligeira troca de equipamentos, os donos da noite sobem ao palco do Teatro AMRIGS pontualmente às 21h30. Para delírio do público que enchia a casa, o quarteto começa sua apresentação com “In God We Trust”, seguida por “Revelation”.
O frontman Michael Sweet agradece o apoio dos fãs e avisa que as próximas faixas são da época que eles apareciam na MTV nos clipes com cabelo armado e maquiagem. Logo em seguida a banda dispara os clássicos do álbum “To Hell with the Devil”, de 1986, “Calling On You” e “Free”.
É óbvio que os fãs cantam juntos e aplaudem sem parar. Na sequência o cantor distribui bíblias para o público. Neste momento não importa se você é cristão ou não, claro que você que ser um dos sortudos que vão levar uma bíblia para casa.
Falando no público, podemos notar alguns pontos interessantes. Por ser tratar de um evento que reunia três bandas cristãs, mas sendo uma delas, um grande nome do Hard “Glam” Rock oitentista, tínhamos um misto de fãs do Hard Rock da velha escola, com uma galera mais jovem, tipo frequentador de “church” de parede preta. Por favor, não me entendam mal, não quero dizer que um “Glam Old School” não possa frequentar uma igreja “moderna” e nem que um jovem cristão do século XXI não possa gostar de Glam Metal. Acredito que todos têm direito a professar sua fé onde se sentirem melhor e foi bem legal ver essa “mistura de tribos” curtindo as mesmas bandas em uma noite iluminada. Mas acredito que pela história dos três grupos (principalmente o Stryper), o local deveria estar completamente lotado. Pelos shows apresentados, as bandas mereciam a casa abarrotada.
Voltando ao show, chega a vez de “Sorry”, “All For One”, “Always There For You”, “Divider” e “No Rest For The Wicked”. Michael Sweet agradece a calorosa recepção dos fãs e fala que a próxima é a sua preferida, então a banda começa a excelente “No More Hell To Pay”.
Na sequência vem “More Than A Man”, “The Valley”, “Yahweh” e os hinos “Soldiers Under Command” e “Surrender”. Neste momento o fãs, principalmente os que ocupavam a frente do palco, já estavam indo a loucura. Quando o riff de “Soldiers” começou, ninguém conseguiu ficar parado.
O quarteto agradece e deixa o palco. É óbvio que ninguém está satisfeito e logo os gritos pedindo o retorno da banda tomam conta da casa. Não demora muito e a banda retorna para o bis com mais dois hinos, “Sing-Along Song” “To Hell With The Devil”.
Agora sim, com gritos e aplausos vindos de todos os lados, o grupo agradece mais uma vez, faz a já tradicional foto com o público e se despede. Mas já avisando que espera os fãs após o show para fotos e autógrafos.
São quarenta anos de carreira e o show do Stryper segue sendo uma experiência única. Apesar da baixa recente, já que o guitarrista OZ Fox não pode fazer a tour por motivos de saúde, o Stryper é, com certeza, uma das melhores bandas de Hard Rock da década de 1980 ainda em atividade. Robert Sweet é um senhor baterista. Com seu kit montado de lado para o público, o músico esbanja carisma e segue em plena forma. Perry Richardson (ex-Firehouse), que assumiu o baixo da banda em 2017 mantém o visual, o groove e a pegada dos anos 1980. No alto do seus 62 anos, se comporta no palco com uma verdadeiro Rock Star, um show a parte. Howie Simon teve o dura missão de substituir OZ nessa tour, e não comprometeu. Claro, muitas partes de OZ ficaram de fora, mas também não sabemos quanto tempo o guitarrista teve para pegar todo o set da banda. De qualquer forma, o músico cumpriu o seu papel.
Já Michael Sweet é um caso a ser estudado. São 62 anos de idade e uma energia que deixa muitos jovens de 18 anos com inveja. Não basta seguir cantando de forma magistral, ser super carismático e fazer as bases da guitarra. Ele ainda despeja solos como ninguém. Desde o começo do show, mostrou toda a versatilidade de sua voz, mesclando ótimos graves com agudos fenomenais. Sem falar que não fica parado por um minuto no palco. Quando não está cantando, está solando, brincando com o público ou “bangueando”. Logo percebemos que o cantor é um abençoado por fazer o que ama por tantos anos e ainda se divertir a cada novo show.
Esperamos que o Stryper retorne mais vezes à Porto Alegre, com a formação completa e com a mesma energia que nos apresentou nesta noite memorável.
Fotos:
Mary Up Fotos
Perfeito! Eu estive no show, vim de Santa Maria/RS, e valeu cada minuto! Realmente, o Oz não ter sido liberado pelos médicos foi triste, mas não deixou de ser um baita show. Bride arrebentou demais, os irmãos Thompson são surreais, com Aposan na batera ficou na vibe hard rock esperada! Excelente resenha!