Saxon, um dos grandes nomes da conhecida New Wave of British Heavy Metal, realizou na última terça-feira (06), o show da tour “Hell, Fire ad Steel Tour” em Porto Alegre. O evento foi uma realização da Opinião Produtora e Top Link Music.

A noite começou com abertura da banda Urdza, que lançou recentemente o álbum “A War with Myself”. Logo em seguida é a vez da banda convidada Burning Witches. Competente grupo suíço formado somente por mulheres, foi muito bem recebido pelo público que esperava a atração principal.

Eis que perto das 21h30 os donos da noite sobem ao palco do Bar Opinião. “Hell, Fire And Damnation”, faixa que dá nome ao mais recente álbum do grupo, é a escolhida para abrir o show. Logo em seguida o clássico riff de “Power And The Glory” agita ainda mais os fãs.

Do primeiro álbum, autointitulado, vem “Backs to the Wall” e do último (até o momento) a densa “Madame Guillotine”, inspirada na Revolução Francesa. O público que enchia o Opinião já estava muito a vontade quando chega a vez de dois clássicos do disco “Strong Arm of the Law” de 1980, “Heavy Metal Thunder” e a cadenciada “Dallas 1PM”.

Aqui precisamos destacar o quão bom é assistir um show de uma banda de Heavy Metal deste quilate. Biff Byford, no auge dos seus 74 anos segue cantando como um garoto. A voz, assim como a presença de palco estava impecável. O cantor não é daqueles vocalistas que corre de um lado para o outro, mas foi muito carismático e manteve sua postura imponente ao cantar segurando o pedestal.

Os timbres das guitarras de Doug Scarratt e do “novato” Brian Tatler (Diamond Head) estavam sensacionais, com peso e som cristalino, destacando os riffs e solos que a dupla destilou com maestria. Já Nigel Glockler, com 72 anos, manteve o ritmo do início ao fim, com ótimas sessões de pedal duplo e mesclando entre a velocidade e o cadenciamento, mostrou que segue em ótima forma. E Nibbs Carter foi um show a parte. O baixista não parava de agitar e mexer com os fãs. Além dos pulos em cima da caixa de retorno, manteve a cozinha da banda coesa e segurou a onda nos backing vocals.

Mas voltando ao show, chega a vez de “Strong Arm of the Law”, “1066”, e para acalmar um pouco, “The Eagle Has Landed”. Logo após, o vocalista fala sobre as diferença do mundo de 1980 com os tempos atuais. Uma época sem iPhones ou streaming, em que era precisa comprar o vinil. Quando se fazia isso, colocava para rodar e escutava o som do motor. Essa é a deixa para começar “Motorcycle Man”, faixa de abertura do álbum mais conhecido da banda, trabalho que seria tocado na integra nesta noite.

Logo em seguida começa aquele riff clássico de “Stand up and Be Counted” que mantém o nível lá no alto. Os aplausos e gritos do público mal cessa e vem a excelente “747 (Strangers in the Night)”, abrindo espaço para o hino “Wheels of Steel”. A essa altura o Bar Opinião já estava em êxtase!

“Freeway Mad”, “See the Light Shining”, “Street Fighting Gang”, “Suzie Hold On” e “Machine Gun”, todas executas na ordem. Foi como se todos ali, fossem transportados para 1980, mesmo quem não tinha idade para ter vivido nessa época. Os fãs gritam o nome da banda, que agradece e se despede.

Mas ninguém quer ir para casa, ainda tem mais clássicos que a banda precisa tocar. Logo os músicos voltam ao palco. Biff pega um colete repleto de pets e passa para Doug vestir. Então a banda começa a épica “Crusader”. O público ovaciona e o cantor, agora também vestindo outro colete jeans jogado no palco, diz que já está tarde. Ele pergunta quantas músicas os fãs ainda querem, uma, duas, três?! Com a afirmativa dos fãs, começam “Denim And Leather”, seguida por “And the Bands Played On”. Para fechar a noite chega a vez de “Princess of the Night”.

Vivemos uma noite do puro Heavy Metal. Paredes de amplificadores Marshall, um grande pano de fundo de palco com logo da banda, cinco caras em cima do palco cantando e tocando como se fosse sua última oportunidade de fazer isso. Timbres pesados e cristalinos, bateria pesada e veloz, voz aguda com drive, guitarras gêmeas e todo os clichês que nós amamos.

Esses senhores de cabelos longos e grisalhos nos mostraram como se faz um show, e além disso, nos mostraram que o Heavy Metal é o elixir da juventude.

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Mary Up Fotos