Sidney Magal celebra sua carreira e a música brasileira em noite épica no Araújo Vianna

No último sábado (25) o cantor e showman Sidney Magal retornou a Porto Alegre para mais um show de sua turnê “Baile do Magal”. O evento aconteceu no Auditório Araújo Vianna, com produção da Opinião Produtora, Trilha Entretenimento e MG Entretenimento.
Passava das 21h10 quando as luzes do palco se acendem e a banda, ainda sem o cantor, se posiciona em seus lugares e começa a introdução do show. Em seguida, o dono da noite aparece para delírio do público que enchia o local. Então Magal declama o clássico “Palco”, de Gilberto Gil e Milton Nascimento. Muito apropriado para começar a festa, diga-se de passagem.
“Amante Latino”, lançada no primeiro álbum do cantor, em 1977, é a próxima. Após uma chuva de aplausos, Magal aproveita para agradecer e contar algumas histórias que já viveu em Porto Alegre. E logo na sequência vem “Tenho”, mais um hit dos anos 1970, que ganhou uma versão atualizada, com direito a videoclipe com participação da atriz Débora Falabella, em 2005.
Esbanjando carisma, o cantor avisa que a próxima canção é a belíssima “Eu Preciso Dizer que Te Amo”, de Cazuza e Bebel Gilberto. Após, chega a vez do hit de Pepeu Gomes “Masculino e Feminino”. Magal explica que a mensagem dessa canção é tão importante hoje quanto na época de seu lançamento, e que qualquer tipo de preconceito é totalmente sem sentido.





Fazendo jus ao seu sangue e estilo latino, Magal nos brinda com uma bela versão de “Corazón partío”. E nesta canção podemos ver todo o seu poder vocal. No auge dos seus 74 anos de vida, Magal ainda mantém uma voz impecável. Em certos trechos, seu tom grave parecia um trovão.
Extremamente à vontade, o cantor brinca com a plateia e pede licença para falar um palavrão. É óbvio que os fãs autorizam e se divertem.
Chega a vez do bloco do show dedicado à Jovem Guarda, que começa com “Vem quente que eu estou fervendo”. E na sequência vem “Minha Fama de Mau”, “O Bom” e finaliza com “Eu Sou Terrível”. Clássicos imortais que fazem o Araújo Vianna estremecer.





Agora, em um bloco especial homenageando Tim Maia, Magal nos apresenta uma bela versão de “É Primavera”, seguida por “Você”, “Acende o Farol”, “Você e eu, eu e você” e “Descobridor dos Sete Mares”.
Voltando para seus próprios clássicos, chega a vez de “Me Chama que eu Vou”. Após a canção, Magal agradece e lembra que sofreu um AVC em maio de 2023. O cantor explica que ficou apenas dez dias internado e que sabe que contou com a oração de seus fãs. Mas brinca que, graças a Deus, não estava cantando “Me Chama que eu Vou” quando teve esse problema de saúde.
Agora o cantor homenageia Rita Lee com o hit “Baila Comigo”. E brinca que já não tem mais o mesmo gingado dos seus 30 e poucos anos, deixando essa parte para os seus bailarinos. E em seguida inicia “Pégate”, de Ricky Martin.
Magal agradece e pergunta se alguém já viu seu filme (Meu Sangue Ferve Por Você – 2023)? Após a resposta positiva do público, o cantor explica que quase tudo que está no filme aconteceu de verdade. Apenas algumas partes, como a sua esposa ser motorista de táxi, foram modificadas para encaixar melhor na trama.
Essa é a deixa para a música que deu nome ao filme. Nesta altura, o público, em especial o feminino, já deixou há tempos seus lugares marcados para se aglomerar na grade em frente ao palco. Como se adivinhassem que o show estava chegando ao fim, a empolgação toma conta de todos e logo os primeiros indícios, de que a próxima seria ainda mais especial, surgem no palco. As bailarinas retornam, desta vez vestidas de cigana. E todos percebemos o que isso significa, né?! É a vez dela, a cigana “Sandra Rosa Madalena”, a mulher com quem vivemos a sonhar.
Maior clássico da carreira de Magal, música que todos conhecemos do começo ao fim. Daquelas que, quando toca, ninguém consegue ficar parado. Aí a festa está completa! O público vai ao delírio com o espetáculo que Magal e a banda acabaram de nos apresentar.
Voltando no tempo. Eu, no auge dos meus quinze anos, estava rodando pelas dependências da Saba, em uma das edições do Planeta Atlântida, quando me deparei por acidente com uma tenda dos anos 1980. Nesse local, eu vi pela primeira vez dois shows que me marcaram muito, TNT (que eu já era fã) e Sidney Magal. Confesso que sou do Rock N Roll e estava meio receoso do que esperar do show do cantor. Mas logo nas primeiras três músicas, já estava no clima, com os outros jovens de todas as idades que também estavam curtindo a festa. Pessoas de 15, 20, 30, 40, 50 anos… todos cantavam e dançavam, e comigo não foi diferente.
Demorou vinte anos para que eu pudesse assistir ao Magal ao vivo mais uma vez, e a sensação foi a mesma. Lógico, a maioria do público de 2025 já é bem mais velha do que aquele pessoal do Planeta Atlântida de 2005. Mas a sensação de festa foi a mesma. Todos em sintonia, curtindo um espetáculo de um grande cantor e frontman.
Vida longa ao Magal! Espero não demorar mais vinte anos para ver seu show novamente.





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